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Cacique denuncia retirada ilegal de madeira em terras indígenas no Maranhão

O cacique Antônio Guajajara, da terra indígena Caru, no Maranhão, denunciou ao blog nesta sexta-feira (24) a invasão de madeireiros à terra indígena Awá Guajá, que fica ao lado de onde ele exerce a função de líder da aldeia…

O cacique Antônio Guajajara denunciou desmatamento em terra indígena no Maranhão

O cacique Antônio Guajajara, da terra indígena Caru, no Maranhão, denunciou ao blog nesta sexta-feira (24) a invasão de madeireiros à terra indígena Awá Guajá, que fica ao lado de onde ele exerce a função de líder da aldeia.

Em vídeo enviado ao blog, o cacique fala de uma “grande destruição” e mostra várias toras de madeiras que, segundo ele, teriam sido arrancadas da terra indígena Awá Guajá.

Além da denúncia em vídeo, Antônio enviou fotos ao blog que mostram máquinas de cortes de madeira e diversas toras empilhadas no chão.

Segundo o cacique, existem mais de 100 caminhões dentro da terra Awá Guajá puxando madeira, fora os tratores que também fazem o trabalho.

“Nós temos que continuar trabalhando firme e forte. É isso que nós temos que fazer daqui para frente. Não deixar os madeireiros acabarem com nossas terras, com nossas matas e nossas florestas”, afirmou Antônio Guajajara no vídeo.

O cacique registrou as localizações exatas de onde teriam ocorrido os crimes ambientais por parte dos madeireiros.

A região é a mesma onde um posto da Fundação Nacional do Índio (Funai) foi queimado em janeiro de 2018, no município de Zé Doca, a 302 km de São Luís do Maranhão. O local é marcado por conflitos entre índios, pecuaristas e madeireiros. 

Trabalho conjunto de vigilância

Guajajara explica que os povos de três terras da região decidiram se unir para fazer um trabalho de vigilância e evitar práticas como os crimes ambientais. Segundo ele, as terras Caru, Awá Guajá e Alto Turiaçu, que ficam coladas uma à outra, se uniram para fazer essa vigilância desde 2014.

“A gente está fazendo esse trabalho de vigilância que vem dando muito certo. Mas, por ser muito povoado, com muitas cidades e só tem essa floresta no Maranhão, acaba que eles conseguem invadir”, explica o cacique.

Os homens que trabalham na vigilância das terras são chamados de “guardiões da floresta” e a organização de mulheres indígenas que cuidam da região é chamada de “guerreiras da floresta”.

O cacique disse que se preocupa com a terra dos Awá Guajá – segundo ele, a região mais invadida no momento – e enfatizou que existem outras práticas ilegais ocorrendo no local.

“Tem outros trabalhos ilícitos que estão fazendo na região, mas tudo é para retirada de madeira. A nossa floresta está cada vez mais diminuindo. Se não tomarmos uma iniciativa, ela vai acabar desaparecendo, e aí vai a nossa cultura. Acabando a floresta, acabou os povos indígenas do Brasil”, explicou.

As terras Caru, Awá Guajá e Alto Turiaçu abrigam os remanescentes da Floresta Amazônica no Maranhão. Nas terras Caru, vivem os povos guajajara. Na Awá Guajá estão os awá e, em Alto Turiaçu, estão o Ka’apor.

Do G1-Maranhão Por Matheus Leitão

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