Especialistas dizem que atividade econômica já deixa pra trás seu pior momento.
Na área da economia, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, procurou neste sábado (8) tranquilizar o mercado e disse que o Brasil vai continuar crescendo.
A economia não está bem, mas dá sinais de recuperação. A avaliação vem de fontes diferentes. Primeiro, do chefe da equipe econômica.
“Gostaríamos de transmitir para as pessoas, consumidores, agentes econômicos, uma mensagem de que podem continuar investindo, podem continuar consumindo que o país vai manter essa trajetória de crescimento e de recuperação da economia que tá saindo ou talvez, mais provavelmente, já tenha saído da maior recessão da história do brasil. Estamos construindo um caminho de um crescimento que vai perdurar pelos próximos anos”, disse Henrique Meirelles.
Economistas, como o ex-ministro da Fazenda Maílson da Nóbrega, também acreditam que a atividade econômica já começa a deixar para trás o pior momento.
“O crédito à pessoa física cresce há oito meses consecutivamente. A renda habitual média do trabalhador, onze meses. O fluxo de veículos pesado nas estradas, que é um indicador de excedente de atividade econômica, há sete meses. O varejo vem crescendo continuadamente há sete meses. E, portanto, todas as condições estão se formando para uma recuperação definitiva da economia ao longo deste ano”, explicou Maílson.
Para dar um exemplo, o Jornal Nacional foi até uma loja de materiais de construção, porque esse é um setor que tem um peso significativo no cálculo da inflação. E, quando a construção melhora, outros setores também melhoram como consequência direta.
A Associação dos Comerciantes desta área fez um levantamento que mostra que, se a gente olhar para os últimos 12 meses e comparar com o período anterior, as vendas ainda estão no negativo. Agora, se a gente olhar pros primeiros seis meses desse ano e comparar com o mesmo período do ano passado, houve um aumento de 4% nas vendas.
Ou seja, pra quem não via nem o túnel na frente, agora já dá para ver, pelo menos, uma luzinha no fundo do túnel.
“A gente já está tendo um pouco de confiança e dá para tirar o dinheiro da poupança e investir em alguma coisa na melhora da casa. Mas ainda com certo receio”, disse o aposentado Hélio Rossi.
Seu Mário Hidaka está reformando a casa e a loja, mas acha que a economia ainda tem muito o que melhorar. “Se ninguém atrapalhar, ela melhora sozinha, na minha opinião, tá certo? Mas, o que nós precisamos é de estabilidade política”, afirmou o comerciante.
E é justamente por causa da instanilidade política, que o ex-presidente do Banco Central, Gustavo Loyola, faz um alerta. “Não se deve soltar rojão ainda, sobre a recuperação da economia brasileira. O PIB, de 2017 deve crescer, mas crescer pouco. Deve crescer em torno de 0,3%, 0,4%. É muito pouco. Mas, evidentemente, nós devemos sempre lembrar que estamos vindo de 2 anos de recessão. Infelizmente, a crise polítca vai atrasar a velocidade de recuperação, notadamente pela questão das reformas”, disse Loyola.
O ex-ministro da Fazenda diz que o mercado financeiro defende a continuidade da equipe econômica. Ele acredita que as reformas serão aprovadas. “Há uma perspectiva generalizada entre analistas no país e no exterior, de que haverá uma aprovação da reforma trabalhista. Não é a reforma dos sonhos, não é a grande reforma de que o Brasil precisa, mas é um bom início”, disse Nóbrega.
“Temos que trabalhar, temos que fazer, não só as reformas macroeconômicas, alcançar o equilíbrio fiscal do país. Fazer com que o país, portanto, possa, primeiro retornar ao crescimento, e depois crescer mais e isso já está acontecendo”, afirmou Meirelles.
Do G1
Jornal Nacional
Edição do dia 08/07/2017
08/07/2017 21h37 – Atualizado em 08/07/2017 21h37
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