O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), editou um decreto para dar nome à ponte que o Governo do Estado segue tentando construir sobre o rio Pericumã, entre as cidades de Central e Bequimão, na Baixada Maranhense.
Assinado no dia 22 de janeiro deste ano, e publicado no Diário Oficial do Estado do mesmo dia, o ato denomina de “Governador Antônio Jorge Dino” a obra, ainda em execução.
Já devidamente nominada pelo comunista, a ponte Central-Bequimão nunca saiu do chão. Anunciada pelo governador como o “fim de uma lenda” durante a assinatura da ordem de serviço, a construção foi autorizada pelo em setembro de 2016.
Segundo o contrato firmado entre a Secretaria de Estado da Infraestrutura (Sinfra) e o Consórcio Epeng-FN Sondagens, a execução dos trabalhos deveria durar dois anos, a partir da assinatura da OS. Esse prazo venceu no dia 28 de setembro de 2018, há quase um ano e meio, portanto (saiba mais).
Apesar da lentidão, o consórcio responsável pela obra já recebeu valores milionários do Governo do Estado. Dados do Portal da Transparência apontam que até o fim de 2019 a Sinfra já havia realizado pagamentos da ordem de R$ 28,5 milhões. O valor total do contrato é de R$ 68,3 milhões.
OPERAÇÃO
A EPENG – uma das integrantes do consórcio vencedor da licitação para a obra – pertence ao empresário Francisco Antelius, maranhense preso em 2016 no Tocantins, no bojo da Operação Ápia, da Polícia Federal, que disse ter identificado fraudes em contratos de terraplanagem e pavimentação em 29 rodovias do estado vizinho.
De acordo com os federais, o esquema foi realizado entre os anos de 2013 e 2014, período durante o qual foram desviados cerca de 25% dos valores de um empréstimo internacional de R$ 1,2 bilhão ao Estado do Tocantins – com recursos do BNDES envolvidos.
A polícia acredita que os desvios chegam a R$ 200 milhões, dinheiro que teria sido repassado às empresas contratadas – a Epeng, inclusive – mesmo sem a conclusão das obras contratadas pelo Executivo. Há suspeitas de que parte dos recursos tenham sido desviados para campanhas eleitorais. Em depoimento, o empreiteiro chegou a confessar o pagamento de propina no Tocantins (reveja).
Do Blog do Gilberto Leda
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